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Jovens e Policiais: um diálogo possível?

O Documentário “Jovens e Policiais: um diálogo possível?” apresenta fragmentos do debate organizado e mediado pelas professoras Haydée Caruso, Silvia Ramos e Yuri de Moraes, ocorrido no 10º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e realizado na Universidade de Brasília, em 2016. O objetivo foi promover uma roda de conversa entre jovens e policiais, como parte dos esforços do FBSP em ampliar o necessário e crucial diálogo entre as instituições policias com a sociedade civil. Os jovens e policiais presentes falaram sobre suas experiências de vida, compartilharam angústias, violência, desafios, abusos e preconceitos que marcam suas interações no quotidiano. As narrativas explicitam a necessidade de escutarmos – uns aos outros – como um primeiro passo na busca de construir diálogos possíveis entre jovens e policiais para uma sociedade mais livre e justa para todas e todos.

Demandas por direitos e a polícia na encruzilhada

Neste artigo discute-se o papel que a incorporação de uma determinada linguagem de direitos por parte dos moradores de favelas pode ocupar no constrangimento de práticas abusivas e ilegais cometidas por policiais. Privilegiam-se as narrativas e categorias locais. Isto implica dizer que o dito pelos interlocutores não é enquadrado em categorias sociológicas genéricas e descontextualizadas do sentido atribuído por eles. São os modelos explicativos, ou a “sociologia nativa”, que permitem compreender devidamente o conteúdo de suas demandas. Os argumentos e dados apresentados são provenientes da etnografia realizada entre os anos de 2001 e 2007, nas favelas do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro.

RBSP, v. 8, n. 1, 154-169 Fev/Mar 2014

Reflexões sobre a Justiça e o Estado Democrático de Direito a partir do julgamento do Carandiru

O julgamento do Massacre do Carandiru, ocorrido entre meados de 2013 e o início de 2014, condenou os policiais que agiram na Casa de Detenção no dia 02 de Outubro de 1992. O artigo pretende retomar os principais argumentos sustentados pela Defesa e pelo Ministério Público nas duas últimas etapas do julgamento, que se dividiram entre a busca de individualização das condutas dos policiais, conjugada à alegação de legítima defesa – discurso que tem como pano de fundo a ideia amplamente difundida de que “bandido bom é bandido morto”; e as evidências materiais de que houve massacre, sustentadas pela tese de que bandidos, embora presos, merecem ter seus direitos humanos respeitados. A condenação dos réus abre um precedente importante para o reconhecimento do Estado sobre casos de violência policial e, consequentemente, para questionamentos sobre a manutenção de diferenças de tratamento no sistema de justiça e a persistência de discursos que legitimam a violência e obstruem a plena consolidação da democracia no Brasil.

RBSP, v. 8, n. 1, 198-212 Fev/Mar 2014

A prática de execuções na região metropolitana de São Paulo na crise de 2012: um estudo de caso

Em 2012, o estado de São Paulo foi palco de um aumento significativo de assassinatos, veiculados semanalmente pela grande mídia, nem sempre com grande destaque. Dentre as vítimas estavam muitos policiais, que foram mortos em situações “fora do serviço”. Concomitantemente, em algumas regiões da periferia da Grande São Paulo, toques de recolher foram determinados. O objetivo deste trabalho é construir uma narrativa desses fatos, reunindo numa trama única e articulada, as mortes veiculadas pela mídia, de maneira desarticulada ou sugestivamente aleatória, as quais são a parte mais visível do período que estamos nomeando de “crise de 2012”. Realizamos um mapeamento das execuções de policiais e civis perpetradas no período de maio a dezembro de 2012. Diante da ausência de dados oficiais detalhados, optamos por realizar a coleta de informações a partir das notícias que foram divulgadas pela mídia a respeito dos crimes de homicídio durante o segundo semestre de 2012, com foco na região metropolitana de São Paulo.

RBSP, v. 9, n. 2, Ago/Set 2015

Atlas da violência 2016

Nota Técnica analisa os dados preliminares do Datasus (2014) sobre a evolução dos homicídios por macrorregiões, unidades da federação e microrregiões, em decorrência de armas de fogo, por violência policial, e sobre os homicídios de afrodescendentes, mulheres e jovens.